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11 de agosto: A sociedade brasileira se levanta a favor da democracia

A faculdade de direito da USP no Largo São Francisco é palco de um ato histórico dos últimos anos. Reunindo cerca de 400 pessoas em suas dependências, representantes da sociedade civil, políticos e artistas se reuniram para a leitura da carta aos brasileiros em defesa da democracia.

A carta que já tem mais de 920 mil assinaturas, pode chegar ainda hoje a 1 milhão de assinaturas.

Em trecho da carta fala sobre a consciência cívica ser maior que os inimigos da democracia.

“Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.”

A carta reúne pessoas das mais diversas esferas da sociedade por um único objetivo que é a defesa da democracia, algo que foi comentado pelo presidenciável Ciro Gomes, um dos signatários do manifesto.

“Um momento de união de diferentes segmentos contra os recorrentes ataques de Bolsonaro aos nossos direitos, ao sistema eleitoral e ao próprio regime democrático – que é a maior de todas as nossas conquistas. Este é um compromisso de todos nós”, escreveu nas redes sociais.

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, também se manifestou nas redes.

“Defender a democracia é defender as condições para o povo lutar e pautar seus direitos: comida na mesa, criança na escola, estudante na universidade, gente com emprego, renda e moradia. Essa luta é de todos nós.”

A primeira fala do evento foi do reitor da Faculdade de Direito, Carlos Gilberto Carlotti Júnior, que enfatizou que o Brasil deveria estar pensando no futuro.

“Após 200 anos de Independência do Brasil, deveríamos estar pensando em nosso futuro, em como resolver problemas graves. Mas estamos voltados a impedir retrocessos”, disse ele.

Carlotti ainda defendeu o papel da universidade, da pesquisa e do conhecimento e aproveitou o momento para relembrar que pessoas ligadas à USP foram vítimas da ditadura. “Não esquecemos e não esqueceremos”.

Representante da Coalizão Negra por Direitos, Beatriz Lourenço teve uma forte fala em seu momento e reafirma que não existe democracia enquanto existe racismo.

“O Brasil é um país em dívida com a população negra, portanto qualquer projeto por democracia no país exige um firme e real projeto de enfrentamento ao racismo.”

Representando a UGT, o secretário-geral Canindé Pegado lembrou que o país está em uma caminhada rumo à democracia plena e que essa caminhada não pode ser interrompida por ninguém.

“A nossa caminhada não pode ser interrompida por ninguém, até que acabe as desigualdades sociais e que todos os brasileiros tenham moradia, saúde, educação, bem estar social como apregoa a constituição brasileira.”

O presidente da Força Sindical Miguel Torres fez de improviso no evento, uma assembleia e perguntou a todos que estão a favor da democracia. Todos levantaram a mão no mesmo momento, mostrando que seja patrão ou trabalhador, todos estão unidos para o fortalecimento do estado democrático e afirmou: “Neste local sagrado, respira a luta, a democracia e a resistência.”

Torres ainda defendeu que não se pode permitir que o presidente da República que jurou defender a Constituição, todos os dias afronte ela.

“Não podemos admitir que um presidente da República não respeite a constituição, pois ela que guia nossa liberdade.”

O ex-jogador de futebol e hoje colunista do portal UOL, Walter Casagrande Júnior, presente ao evento, manifestou a sua concordância com determinada fala do presidente da República, Jair Bolsonaro. “Ele tem total razão quando diz que temos uma luta do bem contra o mal”, diz o ex-futebolista, um dos signatários presentes no ato da USP. “Mas o mal é ele.”

No final a leitura da carta foi feita pelo ministro da Justiça José Carlos Dias.

Fonte e Foto: Mundo Sindical